Aline




É Páscoa, ainda e sempre, Também!

Ontem, como hoje, Deus continua falando.
No silêncio, talvez
Nos gritos de desespero, de indignação, de vitória...Certamente!
E fala ainda pela boca das faladeiras (Em quem não se deve acreditar?)
Mulheres, negros, índios, menores, sem-terra, sem-teto, sem-emprego...
E fala na língua das minorias (maiorias?)
Não na língua universal, correndo o risco de desaparecer (Mas ousa correr esse risco!)
Fala daquilo que não se encontra nem se entende
Nem nos shopings,
Nem nas bolsas de valores,
Nem no FMI
(Mandam no Brasil).

E fala de muitos modos:
Com ternura (bem-vindos, contem comigo, coragem, sê forte, não desanime...)
Com indignação (ai de vós, afastai-vos, malditos...)
Com desespero (por que me abandonaste?...)
Chorando (sob o cálice amargo no horto...)
Calando (na cruz...)
Emocionado (Ele não está aí, RESSUSCITOU!)
Fala de exílio e êxodo (sim, êxodo também!)
Fala do banquete (não o “real”, mas o popular)
Fala da comida (que sacia e faz viver a todos/as)
Fala da festa (enlutada, é claro. Afinal, muitos continuam crucificados)
Fala da roupa da festa (perseverança, ânimo, coragem, resistência, teimosia...)
Eis que a noite é longa, mas o gozo, eterno.

Fala da receita (não a do mercado neoliberal, mas a da solidariedade global e globalizada!)
Fala a(o)s cozinheiro(a)s: “vocês são meus filho(a)s muito amado(a)s”!
Fala a(o)s convidado(a)s: “venham, vocês que são abençoados”;
recebam como herança o reino desde sempre preparado para vocês”!
É PÁSCOA! (Hoje, como sempre!)
Fonte: de Francisco de Aquino Júnior


Saiba mais sobre a HISTÓRIA DA PÁSCOA:

“Pois Cristo nossa páscoa foi sacrificado por nós” (ICo 5.7)

Simbolizando a renovação da vida, a volta da primavera e a ressurreição de Cristo, a páscoa está presente em todo o mundo, até mesmo onde o cristianismo não é conhecido ou onde as religiões pagãs constituem grande maioria. Ela já existia muitos séculos antes de Cristo como uma doutrina originária da Babilônia, e ao mesmo tempo em que era praticada pelo povo de Israel em comemoração à sua saída do Egito, com o sentido de passagem – no caso a passagem do anjo destruidor ou, segundo alguns, a passagem pelo mar vermelho – e prefigurava a pessoa de Cristo, que foi sacrificado por nós, como nossa páscoa (Êxodo 12.12).
Instituída para ser celebrada aos 14 dias do mês de Abib (ou Nisã, conforme o uso babilônico), a páscoa tipificava a obra expiatória de Cristo no Calvário, sendo o cordeiro, ou o cabrito, “sem defeito”, e cujos ossos não seriam quebrados, (Ex 12.4,9,46). Como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jesus foi crucificado exatamente no dia da páscoa, 14 de Nisã (que provavelmente corresponde ao nosso mês de Abril), às nove horas da manhã, e expirou às três horas da tarde, quando no templo o sacerdote imolava o cordeiro pascal.
A páscoa bíblica, portanto, consumou-se em Cristo que instituiu, como um novo memorial, a sua ceia, na qual o crente comemora a morte do Senhor até que Ele venha. Não há, em o Novo Testamento, nenhum lugar para a páscoa ou outras festividades mosaicas, as quais foram abolidas na cruz juntamente com outras ordenanças, pois funcionaram tão somente como sombras das coisas futuras, espirituais, pertencentes à dispensação da graça.

A Origem do Ovo da Páscoa


Estranha ao N.T., á páscoa moderna tem por símbolos aceitos em todo o mundo o ovo e o coelhinho. Com o correr do tempo, muitas festas e tradições surgiram e chegaram até nós, através da cultura de muitos povos e países diferentes. A palavra “easter” (“páscoa” em inglês), parece que vem da deusa anglo-saxônica da primavera, Eostre, derivada da Istar babilônica. Outros atribuem a sua origem às festas de Eostur, que celebra a volta da primavera, também uma antiga tradição babilônica.
No hemisfério Norte esta festa corresponde ao princípio da primavera e por isso esse dia é festejado de muitas maneiras de acordo com os mais diferentes ritos pagãos. Muitos séculos atrás os sírios, troianos e nórdicos reuniam-se nos montes, ao amanhecer, a fim de celebrar a volta do sol da primavera.
O ovo, significando começo, origem de tudo, abriu o caminho para outras tradições. Ele está presente na mitologia antiga, nas religiões do Oriente, nas tradições populares e numa grande parte da cristandade. Segundo alguns, a tradição dos ovos na comemoração da páscoa chegou ao Ocidente vinda do antigo Egito e, segundo outros, através de povos germânicos da região do Báltico.
Na Idade Média, os europeus adotaram o costume chinês de enfeitar ovos, que eram cozidos e coloridos, e davam-se aos amigos na festa da primavera, como lembrança de continua renovação de vida. Colorir os ovos se tornou arte requintada. Eram cozidos com tintas vegetais até endurecer. A fruta do tojo fornecia a cor amarela, a beterraba o vermelho.
No séc. XVIII, a Igreja Católica romana adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo, santificando-se desta maneira um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a serem benzidas antes de distribuídos aos fiéis.
O coelho, como símbolo de fecundidade, apareceu por volta de 1215, na França, derivando-se também dos mistérios babilônicos. Uma mistura de mitologia pagã com a simbologia cristã paganizada.
A partir de 1928, quando o cacau começou a ser industrializado a longa escala, os enfeitados ovos de galinha foram substituídos pelos de chocolate, e assim continua o antigo costume pagão de presentear com ovos os amigos na páscoa.
Em 1951, o papa Pio XII introduziu modificações na festa da páscoa numa tentativa de restituir-lhe o esplendor religioso, transferindo a missa que era celebrada no sábado de aleluia- quando se “malha o Judas” – para a meia-noite, na passagem para o domingo. O sábado, como preparação para a páscoa, foi chamado de sábado santo. A partir do mês de novembro, o romanismo impõe ainda a sues fiéis, como preparação para a festa, uma série de ensinamentos sobre os sacramentos. A quaresma, através de penitência, é considerada de grande valia no preparo do povo.
Na vigência da Lei, deveriam os israelitas, ao comer o cordeiro pascal, volver os pensamentos aos fatos que culminaram na libertação de seus pais da escravidão egípcia, renovar os votos de fidelidade ao Senhor e, também, divisar no porvir os sofrimentos e as glórias do Messias, de quem Moisés escreveu: “O Senhor teu deus te suscitará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A Ele ouvirás” Dt 18.15.
Já na Ceia, as contingências são outras. O crente traz à memória o Cristo na cruz, na dupla condição de sacerdote e vítima, a derramar o sangue inocente purificador de todo o pecado. E não somente isso, mas relembrando-se do passado, reconsagra sua vida no presente e dirige-se ao futuro, antegozando o cumprimento destas palavras do próprio Jesus: “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da vide, até àquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).

Paganismo: 1. Religião dos que adoram vários deuses. – 2. Designação genérica das religiões não cristãs.
Pagão: 1. Povos politeístas e aqueles que estão ligados as sua crenças. – 2. Ligado as civilizações greco-romanas.

Fonte: ALMEIDA, de Abraão; Lições da História que não podemos esquecer, 1993 Ed. Vida, São Paulo, SP, segunda edição. A páscoa e outras ofertas, capitulo 04.
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