A fim de que não percam a condição de vítima, há os que não perdoam.
Com o propósito de despertar a compaixão alheia, estimam viver com os sentimentos feridos.
De caso pensado, negam ao ofensor a oportunidade da reparação.
Fogem à reaproximação promovida por amigos comuns. Dificultam ao máximo a possibilidade do entendimento.
Cobrem-se de razão, não admitindo sequer a hipótese de que possam ter alguma parcela de culpa.
Estabelecem um preço excessivamente alto a quem os tenha magoado por bagatela. Não entendem o perdão como dádiva, mas como mercadoria negociável.
Ofendidos uma única vez, não hesitam em ofender sucessivas vezes em revide...
Na verdade são crianças a quem a vida machucou muito, se sentem abandonadas, por isso se mantiveram no ressentimento, ignorantes da sua condição de ser divino, capaz de se renovar a cada instante. Não é o escuro do mundo que as apavora, mas a escuridão que existe dentro delas. Estão famintas de amor, tenha piedade...
Quando você se deparar com uma pessoa assim, não caia na tentação de se revoltar ao de abandoná-la mais uma vez... Acolha esta criança, ensine a ela o caminho que já foi te ensinado um dia e, pacientemente, espere pelo seu despertar. Não há noite que não conheça o dia...
É somente a partir do amor que a vida pode recomeçar.