Segue-se um texto de Lya Luft lindo! Espero que todas nós mulheres possamos chegar a maturidade de nossos dias com este cântico vigoroso nos lábios!
"Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas, como de águias, voarão e não se cansarão"
Canção na plenitude
Lya Luft
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente,
e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
sou uma estrutura agrandada pelos anos
e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria,
busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora:
esses dourados anos me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor,
a entender-te se precisas,
a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante
e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas marés
— mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.
"Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas, como de águias, voarão e não se cansarão"
Canção na plenitude
Lya Luft
Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente,
e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
sou uma estrutura agrandada pelos anos
e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria,
busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora:
esses dourados anos me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor,
a entender-te se precisas,
a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante
e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas marés
— mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.