Aline



Mentir é pecado, mas adulterar é um pecado e tanto! Fofocar é pecado, mas roubar é um "pecadão". Ter preguiça é pecado, procrastinar é pecado, falar mal de alguém é pecado. Mas matar é terrivelmente pecado. Afinal existe pecadinho e pecadão?


Este é um assunto muito questionado nos meios cristãos, onde geralmente a religiosidade classifica os pecados de ordem moral como os principais protagonistas de um verdadeiro "pecador". Prostituição, vício, adultério, homicídio, roubo entre outros estão no topo da lista, que recrimina e dilacera quem os comete. Porém todos nós, com certa hipocrisia muitas vezes, carregamos uma coleção de "pecadinhos", muitos crentes levam a vida adiando o encarar-se com o espelho da verdade, ignorando os temores internos, adiando o confronto consigo mesmo. É muito sútil o processo: ir a Igreja, cultuar, trabalhar e liderar departamentos, cantar, orar e ler a Bíblia, sem nunca examinar-se, sem nunca mexer nas feridas que ainda não foram cicatrizadas, sem nunca limpar os porões da alma.


Larry Crabb, em De dentro para fora, nos elucida sobre estes fatores: "A maioria dos crentes reconhece sem a menor dificuldade que a pecaminosidade humana não se limita à prática pecaminosa humana de certos atos que contrariam determinados padrões de conduta. [...]Mas muitos rejeitam a idéia de examinar sua impureza interior, preferindo defenir a questão como um problema, e não como uma pecaminosidade.

'Não tenho muita autoconfiança. Sou uma pessoa muito insegura'.

'Por que será que sou tão perfeccionista? Preocupo-me demais. Isso esta me deixando louco' ".

Quantas vezes ouvimos tais "desculpas" defensivas quando na Igreja confronta-se a realidade de pecados em nossos carateres. "Sou explosiva, ele me conhece!". "O pastor sabe que esse é meu jeito, penso o que falo".

Crabb continua: "Com esse tipo de colocação, atraímos a piedade e o interesse dos outros, e cultivamos em nós mesmos uma autocompaixão quase sublime. Por outro lado se o virmos como pecaminosidade, teremos convicção de pecado. Uma pessoa que tem lutas se sente meio heróica; a que se reconhece um pecador sente-se impura".


É muito triste que muitas vezes quando fazemos um exame interior, a nossa tendência é vermos apenas o nosso lado sofredor, nossos complexos e profundos sofrimentos. E quando reconhecemos que precisamos levar a sério nossa responsabilidade de buscar a Deus voltamos a olhar só o exterior : empenhados em cumprir a "obra do Senhor", a irmos a ensaios, estudos bíblicos e darmos um jeitinho no exterior.


É preciso encaramos nossos complexos, nossos temores internos, também como pecado. Olhar no espelho da verdade, que é Jesus e saciarmos nossa sede de Deus. Não adianta cavar nossas próprias cisternas, querendo arrumar o que só Deus pode solucionar. O problema que há em nosso coração, é mais grave do que se pensa. Muitas vezes nos questionamos: "por que será que não mudo". Será que encaramo-nos frente a frente? Queremos mesmo mudanças? Estou disposta a ser questionada, confrontada e assumir erros, culpas e pecados, sim pecados! O sofrimento interior está estreitamente ligado aos pecados que praticamos. Um confronto com a verdade, e só ela, pode nos libertar!


"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"


"Disse Jesus, eu sou o caminho a verdade e a vida"


Hoje eu te convido a se olhar no espelho da verdade!





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